Editores da série MOC Antonio C. Buzaid - Fernando C. Maluf - Carlos H. Barrios
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Editor-convidado Caio Max S. Rocha Lima
Em 03 de fevereiro de 2025, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o uso de tebentafuspe, uma proteína terapêutica bispecífica de fusão, produzida por tecnologia de DNA recombinante (um receptor de células T com afinidade aumentada fundido a um fragmento variável de cadeia única de anticorpo anti-CD3), para o tratamento de pacientes com diagnóstico de melanoma uveal irressecável ou metastático com HLA-A*02:01. A aprovação é baseada nos dados do estudo de fase III IMCgp100-202, que randomizou 378 pacientes entre tebentafuspe ou terapia-padrão a escolha do investigador (pembrolizumabe, ipilumumabe ou dacarbazina). Dentre a população avaliada, um terço dos pacientes apresentava elevação de DHL sérico, 37% apresentavam lesões secundárias medindo entre 3,1-8,0 cm e 44% dos pacientes apresentavam doença metastática hepática e extra-hepática. Entre os pacientes do braço controle, 82% receberam pembrolizumabe, 15% ipilimumabe e 6% dacarbazina. Dados atualizados deste estudo, com seguimento mínimo de 36 meses, demonstram sobrevida global de 21,6 versus 16,9 meses em favor do tratamento com tebentafuspe (HR=0,68; IC de 95%: 0,54-0,87). A sobrevida livre de progressão também favoreceu o braço de tebentafuspe (HR=0,76; IC de 95%: 0,60-0,97), além de apresentar maior taxa de resposta (11% versus 5%) e maior taxa de controle de doença (46% versus 27%). Os eventos adversos de interesse relacionados ao tratamento mais comuns no grupo tebentafuspe, independentemente do grau, foram: rash cutâneo (83%), febre (76%), prurido (70%) e hipotensão (38%). Eventos adversos de graus ≥ 3 relacionados ao tratamento ocorreram em 116 pacientes (47%), sendo os mais frequentes: rash cutâneo (19%) e elevação dos níveis de transaminases (6%). A maioria dos eventos adversos relacionados ao tebentafuspe ocorreu nas primeiras quatro semanas de tratamento, durante a fase de escalonamento de doses, reduzindo-se em frequência e gravidade com as doses subsequentes. Destaca-se que síndrome de liberação de citocinas, avaliada retrospectivamente, foi observada em 89% dos pacientes tratados com tebentafuspe, sendo mais frequente nas quatro primeiras semanas de tratamento. Entre esses pacientes, 88% apresentaram este evento em grau 1 (12%) ou grau 2 (76%) como graduação mais elevada, enquanto 1% teve o evento em grau 3.

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